De quando as letras saíram do Café Paris e chegaram ao Calçadão da Cultura

I
Arraste o banco, seu moço,
e se faça um bom ouvinte
pro que eu vou contar agora.
Aconteceu o seguinte
na taba de Arariboia (1)
durante o século vinte.

II
Num certo Café Paris (2),
nos idos tempos de então,
encontravam-se os poetas,
à frente Lili Leitão (3).
E tome de fazer verso,
sonetos em profusão.

III
Aquele grupo seleto,
alegre, unido, feliz,
sem registro no cartório
ou batismo na Matriz,
mesmo assim ganhou um nome:
Roda do Café Paris (4)!

IV
Muito pouco se guardou
da vocação literária
dos integrantes da Roda.
E a produção era vária,
bem urdida, de primeira,
em nada desnecessária.

V
Os poetas do Café,
sem se preocupar com nada,
esqueciam seus escritos,
feitos numa só penada,
inteiramente à mercê
de uma vassoura iletrada.

VI
Além do Lili Leitão,
o mais famoso e loquaz,
a Roda era frequentada
por muita gente capaz.
Ali havia harmonia,
alegria, amor e paz.

VII
Tinha o Nestor Tangerini,
o Kleber de Sá Carvalho,
mais o Renato Lacerda,
naquela turma do orvalho.
Gomes Filho (5), Olavo Bastos,
nenhum deles rebotalho.

VIII
Difícil mesmo abordar
toda essa turma impagável,
sem esquecer um ou outro.
Pra eu não ficar vulnerável,
não citarei mais ninguém
dessa gente formidável.

IX
Mas não me posso olvidar
do que fazia Lili:
pra brincar o carnaval,
me disseram, nunca vi,
publicava O Almofadinha (6)
e o vendia aqui e ali.

X
Na construção da avenida (7),
em desrespeito ao freguês,
o Café foi para o chão,
num determinado mês.
O sonho desmoronou
e a Roda então se desfez.

XI
Após o Café Paris,
adentro as Academias (8),
solenes e veneráveis,
às vezes um pouco frias,
mas necessárias, enfim,
pra manter as confrarias.

XII
Seus membros são imortais
e as vagas apetecíveis.
Nunca é demais recordar
que há coisas incompatíveis
e a ilusão é passageira:
eles não são imorríveis!

XIII
Vejam na Niteroiense (9)
a Casa do mestre Horácio (10).
Todos eles já se se foram,
num cometa violáceo,
pra cultivar lá no céu
a flor última do Lácio.

XIV
Quem fundou a Fluminense (11)
já não se encontra entre nós.
Todos partiram, eu sei,
e nisso não estão sós:
pois os membros do Cenáculo (12)
deixaram saudade atroz.

XV
Por isso a imortalidade
não deve iludir ninguém.
Somente o Instituto Histórico (13),
que é Geográfico também,
nascido em setenta e três
fundadores vivos tem.

XVI
Já o Elos (14) não tem cadeira,
não tem, portanto, imortal.
Sua meta é preservar
nossa língua nacional.
E celebrar em jantares
o seu perene ideal.

XVII
É, portanto, bom lembrar
que o imortal é perecível.
A tal da imortalidade
só é mesmo compatível
se a obra do dito cujo
se tornar inesquecível.

XVIII
Há espaços mais abertos
dando abrigo a toda gente,
pra ninguém ficar de fora.
Pode então estar contente
quem não for pra Academia,
pois existe outra vertente.

XIX
A ANE (15) é uma que congrega
sem as vagas limitar.
Basta assinar a proposta
e o presidente aprovar.
É claro que os diretores
irão também opinar.

XX
Trago à baila um outro espaço,
coisa rica, papa fina.
É aquele da Maria,
de sobrenome Sabina.
Nessa casa de cultura, (16)
muito valor se aglutina.

XXI
Casa de Oliveira Vianna (17),
bem na subida da ponte.
Nesse espaço cultural,
com grandeza de horizonte,
há livros e manuscritos,
uma verdadeira fonte.

XXII
O valor das bibliotecas
e das salas de leitura
Não se pode descartar.
Nelas acampa a cultura,
essa, sim, imorredoura,
pois pra sempre ela perdura.

XXIII
Os espaços oficiais
que a Prefeitura criou
abrigam também as letras,
por isso saudá-los vou.
Que recebam meu aplauso,
meus parabéns eu lhes dou.

XXIV
E vivas ao Parthenon (18),
onde a Verônica Accetta,
com enorme competência,
vai sempre cumprir a meta.
Acolhe as letras com fé,
culta, simpática, esteta.

XXV
Quanto ao Paschoal Citadino (19),
era na Jansen de Mello.
Pertencia ao Tribunal
de Contas, também do belo.
Por lá a literatura
sempre batia o martelo.

XXVI
Por um bom tempo, eu me lembro,
O Moacyr, que é Sacramento,
lá na Casa do Poeta (20)
atingiu o seu intento.
Em tertúlias gastronômicas,
misturou verso e fermento.

XXVII
E por falar em comida,
surgem-me Paulo mais Tina (21),
que no Poetas Anônimos (22),
além da iguaria fina,
tratavam literatura
feito fraterna inquilina.

XXVIII
E nos cardápios da casa,
revelando afinidade,
umas tantas homenagens
aos poetas da cidade.
“Posta de peixe à Cecchetti (23)”
já nem era novidade.

XXIX
Fundado em oitenta e quatro,
para atender à demanda,
o Templo, que é da Seresta (24),
acopla à música branda
o clamor da poesia.
E o Antônio Soares comanda!

XXX
E lá no bairro do Ingá,
a Fundação Avatar (25)
promove muitas palestras,
além de se dedicar
a tantas outras missões,
entre as quais a de editar.

XXXI
No final do ano dois mil
o Davy (26) tinha fundado,
no bairro de São Domingos,
o seu Campus Avançado (27).
Logo as letras acamparam
lá nas salas do sobrado.

XXXII
Casa Norival de Freitas (28).
Anoto aqui um lamento
pela total decadência,
pois teve um belo momento,
um começo deslumbrante.
Sofre agora aviltamento.

XXXIII
No abrigo das coletâneas,
poetas em profusão
desde bem antigamente.
Gato pra quem não tem cão,
tais consórcios literários
são pra eles solução.

XXXIV
A mais famosa de todas (29),
a daqueles trinta e sete
poetas consorciados,
recebeu não só confete.
Houve quem metesse o pau,
quem batesse de soquete.

XXXV
Quando veio Água escondida (30),
bastante tempo depois,
tinha muita gente mais.
A Neide Barros expôs
duzentos e trinta e quatro.
Porém, ninguém se interpôs.

XXXVI
Vale a pena ressaltar
as pendengas literárias
que a taba colecionou,
pois delas eu lembro várias.
E posso até afirmar,
não foram desnecessárias.

XXXVII
As tais pendengas serviram
para sacudir o pó,
o marasmo então reinante.
Aqui relembro uma só,
aquela dos trinta e sete (31),
paulada de fazer dó!

XXXVIII
Lembro encontros literários,
concursos de poesias.
Há espaços culturais,
entre os quais as livrarias.
Para quem curte a cultura,
tem festa todos os dias.

XXXIX
Vão receber um destaque
os nossos Jogos Florais (32).
O Milton Nunes Loureiro
merece aplausos gerais.
E vale mesmo saudá-lo
hoje, agora e sempre mais.

XL
Num determinado tempo
houve os grêmios literários,
que tinham diretoria,
presidente e secretários.
Quase todos nos colégios,
em Niterói foram vários.

XLI
As páginas literárias,
que surgiram nos jornais,
acabaram com os grêmios.
Interessava bem mais
ver os poemas impressos.
Somente ditos, jamais!

XLII
Não vale nunca esquecer
que há a Imprensa Oficial (33)
dando apoio aos escritores.
E no limite estadual
publica livros também,
não apenas seu jornal.

XLIII
Existe a Niterói Livros (34),
por conta da Prefeitura,
pra publicar os escritos
com muita desenvoltura.
E a memória da cidade
dessa maneira perdura.

XLIV
Nas editoras privadas,
minha memória se liga.
Trago de volta a Hipocampo (35),
na qual uma dupla amiga,
Thiago de Mello e Geir (36),
trabalhava sem fadiga.

XLV
Lembro-me, agora, da Cromos (37)
de Ângelo e Vilma queridos (38).
Saudade que sinto deles
penetra nos meus sentidos.
E cito a Muiraquitã (39),
nome sonoro aos ouvidos.

XLVI
Quanto às demais editoras,
com meu voto de louvor
sintam-se todas citadas,
pois não é nenhum favor
eu destacá-las aqui.
Todas têm muito valor.

XLVII
Ao falar das livrarias,
penso em Aníbal Bragança,
no Silvestre e no Carlinhos (40).
Com garbo e muita festança,
ao fazê-lo homenageio
quem vende livro e esperança.

XLVIII
Houve a Diálogo e a Pasárgada,
houve até a Sebo Fino.
Que viva em paz a Ideal,
sem a qual eu nem atino.
Às demais meus parabéns,
ante todas eu me inclino.

XLIX
O antigo Estado do Rio
foi o que mais demorou
a ter livro sem imposto.
Geir (41) bem que batalhou,
mas foi o bravo Iderval (42)
quem mais por isso lutou.

L
Do bom Luís Magalhães,
me permito recordar
nosso Letras Fluminenses (43).
Isso apenas pra citar,
entre os jornais e revistas,
um deles a destacar.

LI
De Campos dos Goitacases,
Gipson de Freitas chegou,
e veio morar no Ingá.
Logo, logo ele criou
o que chamou Parvinismo (44),
onde o grotesco abrigou.

LII
O Sávio Soares de Sousa,
com sonhadores que havia,
fundou em cinquenta e seis
um clube de poesia (45).
Esse clube, no entanto,
não vingou, logo morria.

LIII
Na Livraria Ideal,
cerca de um ano depois,
eis os Amigos do Livro (46).
Mais uma vez Deus dispôs:
o bom Silvestre morreu
e um novo nome se impôs.

LIV
Vem daí o Grupo Mônaco (47),
um preito ao grande livreiro.
O Juvenille Pereira
foi presidi-lo primeiro.
Luís Antônio Pimentel
é agora o timoneiro.

LV
Por falar em Pimentel,
eu lembro o requerimento
feito em versos pra pedir
merecido abatimento
na prestação de um imóvel,
preocupação do momento.

LVI
O senhor governador,
doutor Roberto Silveira (48),
deferiu também em versos,
feitos assim de primeira.
Dessa forma Pimentel
escapou da quebradeira.

LVII
E foi em sessenta e três
a primeira caravana,
repleta de literatos.
Algo muito do bacana,
que vale a pena lembrar,
pois a mente se engalana.

LVIII
Deu-se lá em Teresópolis,
onde uma obra tão bonita,
Retalhos de minha vida,
ia consagrar Manita (49).
Ao me recordar do evento,
o meu coração se agita.

LIX
A segunda caravana,
que se deu no ano seguinte,
em Campos dos Goitacases,
homenageou com requinte
Walter Nogueira da Silva,
jornalista sem acinte.

LX
A seguir foi Gastão Neves
a levar os escritores
no rumo das excursões.
Com brilho, com muitas cores,
em Angra e Mangaratiba
demonstraram seus valores.

LXI
Mas Mônaco, o nosso Carlos,
foi quem mais incentivou
caravanas literárias.
Dessa maneira provou
que o intercâmbio é salutar.
Por isso saudá-lo vou.

LXII
Nuns certos anos sombrios
tinha muita repressão (50).
Pimentel, Hugo Tavares,
à guisa de proteção,
mostravam-se todo dia
na Rua da Conceição.

LXIII
Ayrton e mais o Ambrósio (51),
luminar do Partidão,
apareciam também.
Caso sumisse um irmão,
seria grita geral,
mas não sumiu ninguém não.

LXIV
E só para disfarçar,
falavam de amenidade,
também de literatura.
O camuflar da verdade
foi mera desfaçatez
pra manter a liberdade.

LXV
Quando Otto Borges bolou
Semana de Icaraí (52),
um concurso de poesia
foi logo incluindo ali.
Coisa bonita, seu moço,
outra igual eu nunca vi.

LXVI
Com seu texto iluminado,
o Vilmar de Abreu Lassance
tirou primeiro lugar,
sem permitir outro lance.
Ninguém lhe fez concorrência,
não houve a mínima chance.

LXVII
Vem à baila o Movimento
da Poesia Cartaz (53).
Com suas ilustrações,
ele disse: — Assim se faz!
Na verdade conseguiu
concretizar muito mais.

LXVIII
E dele se originou
um tal de Grupo Salina (54),
que a turma da repressão
pensou que fosse o Colina,
o que o fez escapulir
pelas dobras de uma esquina.

LXIX
Uns encontros lá no SESC (55),
quando dos anos setenta,
tentaram solucionar,
de maneira bem atenta,
questões editoriais.
Deu em nada e se lamenta…

LXX
Vou mencionar Francavila (56),
que manejava a batuta.
Certa vez gravou em fita,
de maneira bem arguta,
tributos a Niterói.
Aplaudiram-lhe a conduta!

LXXI
Diversas feiras de livros
e muitas exposições
os trabalhos divulgaram,
dando acesso às produções.
Ajudaram muito a todos
e merecem louvações.

LXXII
Bem no começo de oitenta,
numa ação alvissareira,
poetas de Niterói,
de forma bem cavalheira,
alunos incentivaram:
Projeto Manuel Bandeira (57)!

LXXIII
Dois grupos quero lembrar:
o Grão e o Nuance também (58).
Um produziu, o outro diz
poesia muito bem.
Quando as meninas declamam,
os anjos dizem amém.

LXXIV
Na AFEA do Zé Chacon (59)
houve um belo movimento,
cultural e agregador.
Porém, num dado momento,
a cal na tinta do túnel (60)
causou desapontamento.

LXXV
A sugestão do Carlinhos (61)
de um prêmio pra literatos
Elmo Jasbick encampou.
Na concordância dos fatos,
ele e os outros vereadores
partiram pros aparatos.

LXXVI
Instituíram medalha
pra dar conta do recado.
O escritor do lobisomem (62),
já falecido e afamado,
foi escolhido patrono
do prêmio aqui mencionado.

LXXVII
Outro projeto importante,
este foi beleza pura.
Carlos Alberto Magaldi
propôs com desenvoltura
e a Câmara homologou:
o Calçadão da Cultura (63)!

LXXVIII
Mais uma vez Carlos Mônaco,
generoso, fez história.
Abriu mão de muitos livros
e o acervo, pra nossa glória,
encontra-se disponível
lá no Centro de Memória (64).

LXXIX
E por falar em memória,
sempre é bom que se repense.
No Calçadão da Cultura,
um projeto surge e vence:
“Vida e Obra dos Acadêmicos” (65)
da nossa Niteroiense.

LXXX
Os nomes não vou citar
de oficinas literárias,
mas me permito o registro,
tendo em vista que são várias.
E saibam todos aqui:
são todas bem necessárias!

LXXXI
Lauro Gomes de Araújo,
pra preservar a memória (66),
usando a lente e a palavra
registra fatos da História.
Faz isso com muito amor
e competência notória.

LXXXII
E entre as personalidades,
entre os diversos depoentes,
inúmeros escritores.
Por isso estamos contentes
com os nossos literatos,
que se fazem tão presentes.

LXXXIII
A retratar a cidade
em seus livros, com louvores,
nas mais diversas vertentes,
são muitos os escritores.
Todos eles declarando
a Niterói seus amores.

LXXXIV
Fernando Nery de Sá
liberou pros escritores,
pra suas posses solenes,
pros seus muitos oradores,
o plenário das sessões
do plantel de vereadores.

LXXXV
O saguão também ficou
à inteira disposição
pra lançamento de livros,
e sem haver restrição.
Ao Poder Legislativo
faço minha louvação.

LXXXVI
Elza Corrêa Rodrigues,
que tanta falta nos faz,
reunia em sua casa
diversos profissionais.
E no Grupo da Pesada (67)
cultivava amor e paz.

LXXXVII
Esse grupo tão diverso
tinha na literatura
um fator de convergência.
Em minha mente perdura
a imagem da anfitriã
sempre alegre e tão segura.

LXXXVIII
E vale a pena citar
que na Aliança Francesa
as letras têm seu abrigo
em projetos de grandeza.
Palestras interessantes,
de erudição e beleza.

LXXXIX
Uma ideia luminosa
foi o Salão da Leitura (68),
a Bienal da cidade.
Aplausos pra Prefeitura
por tal iniciativa.
Quem lê reforça a cultura!

XC
Escritores ao Ar Livro (69):
ergamos nossos louvores!
Paulo Roberto Cecchetti
reúne para os leitores,
na Praça Getúlio Vargas,
poetas e prosadores.

XCI
A um evento de primeira,
vou aqui me referir
antes de encerrar o papo.
Em dezembro, a conferir,
o Intelectual do Ano (70)
é de muito se aplaudir.

XCII
As letras, modernamente,
estão nos computadores,
se desprenderam dos livros.
E na taba os escritores,
nem todos, bom que se diga,
adotaram provedores.

XCIII
Já quase chegando ao fim
dessa longa caminhada,
eu quero reverenciar
dois poetas da pesada,
desses que tiram seus versos
da poeira de uma estrada.

XCIV
Refiro-me ao Zé Gamela,
lembro o João Batista Melo,
que na lavra do cordel
são bálsamo e são cutelo.
Dão de pau no que não presta
e afagam o que há de belo.

XCV
Chega o passeio afinal
ao Calçadão da Cultura,
onde a turma se reúne
em prol da literatura,
partilhando seus saberes
sem nenhum ranço de usura.

XCVI
Terminado este cordel,
tomara esteja a contento,
espero que o João Batista
me dê seu consentimento
pra que eu monte minha banca
lá no Campo de São Bento.

Referências

(1) Referência à cidade de Niterói, fundada pelo índio temiminó Arariboia.

(2) Reduto lítero-boêmio de Niterói nas três primeiras décadas do século XX. Situava-se na Rua da Praia (atual Visconde do Rio Branco), entre a Rua Direita (atual Rua da Conceição) e a Rua Cel.
Gomes Machado.

(3) Luiz Antônio Gondim Leitão (25.1.1890 / 15.7.1936).

(4) Denominação do grupo que se reunia no Café Paris.

(5) Eduardo Luís Gomes Filho (14.1.1904 / 23.7.1970). Cunhou para Niterói o epíteto de “Cidade Sorriso”.

(6) Tabloide de quatro páginas. Além de anúncios (em prosa e verso), continha poesias humorísticas e um sem-número de anedotas. Com sua venda aos amigos, Lili Leitão angariava dinheiro para gastar nos folguedos de Momo.

(7) Referência à Avenida Ernani do Amaral Peixoto.

(8) Referência às entidades de cunho acadêmico existentes em Niterói: Academia Fluminense de Letras (AFL), Academia Niteroiense de Letras (ANL), Cenáculo Fluminense de História e Letras (CFHL) e Instituto Histórico e Geográfico de Niterói (IHGN).

(9/10) Referência à Academia Niteroiense de Letras (ANL), também conhecida como Casa de Horácio Pacheco (14.12.1916 / 1º.7.2005 – cofundador e presidente da ANL em inúmeros mandatos).

(11)Referência a Epaminondas de Carvalho, Joaquim Peixoto e Quaresma Júnior, fundadores, em 22 de julho de 1917, da Academia Fluminense de Letras.

(12) Cenáculo Fluminense de História e Letras, fundado em 1º de setembro de 1923.

(13) Instituto Histórico e Geográfico de Niterói, fundado em 31 de julho de 1973.

(14) Elos Clube de Niterói. Instalado provisoriamente em 22 de abril de 1980, tornou-se oficial no dia 27 de junho do mesmo ano ao receber, do Elos Internacional, sua Carta Constitutiva.

(15) Referência à Associação Niteroiense de Escritores, fundada em 14 de agosto de 1982.

(16) Referência ao Centro Cultural Maria Sabina, fundado em 24 de junho de 1961 por Neide Barros Rêgo.

(17) Criada em 1955, com o nome de Fundação Oliveira Vianna, em 1975 passou a denominar-se Casa de Oliveira Vianna. Funciona como centro de pesquisa e desenvolve atividades educativoculturais.

(18) Referência ao Parthenon Centro de Arte e Cultura, fundado em 14 de junho de 1984 por Verônica Accetta.

(19) Referência ao Espaço Cultural Conselheiro Paschoal Citadino.

(20) Referência à Casa do Poeta Niteroiense, que funcionou de 8 de dezembro de 1990 a 17 de maio de 1997.

(21/22) Paulo Ferreira Souza e Albertina Ramos, proprietários do restaurante Poetas Anônimos. Já extinto, funcionava também como espaço cultural.

(23) Referência ao publicitário e escritor Paulo Roberto Cecchetti.

(24) Templo da Seresta, entidade lítero-musical fundada em 13 de julho de 1984.

(25) Fundação Cultural Avatar, criada em 1974.

(26) Referência a Davy Alexandrisky.

(27) Condomínio Cultural Campus Avançado, criado por Davy Alexandrisky em outubro de 2000.

(28) Referência ao Solar Notre Revê, no qual residiu Norival Soares de Freitas (advogado, jornalista, político). Em 1988, funcionou como espaço cultural (Casa Norival de Freitas), hoje desativado.

(29) Referência a 37 poetas fluminenses, coletânea de poemas publicada por Lyad de Almeida, Jacy Pacheco e Luís Antônio Pimentel em junho de 1963.

(30) Coletânea de poemas publicada por Neide Barros Rêgo em 13 de dezembro de 1994. Acolheu em suas páginas 234 poetas nascidos ou radicados em Niterói.

(31) Contra o processo de seleção adotado para a publicação de 37 poetas fluminenses insurgiram-se algumas pessoas, advindo daí uma desavença que ganhou as páginas dos jornais e durou um ano, três meses e vinte dias.

(32) Referência aos Jogos Florais de Niterói, concurso de trovas promovido, desde 1964, pela União Brasileira dos Trovadores – seção Niterói.

(33) Referência à Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro.

(34) Editora vinculada à Fundação de Arte de Niterói, órgão da estrutura organizacional da Prefeitura Municipal de Niterói.

(35/36) Criada em 1951 por Thiago de Mello e Geir Campos, a editora manteve-se ativa por dois anos, quando publicou livros artesanais com tiragens limitadas a 150 exemplares.

(37) Referência à Editora Cromos (hoje extinta, em determinado momento recebeu a denominação de Clube de Literatura Cromos).

(38) Referência a Angelo Longo e Vilma Longo, fundadores da Editora Cromos em julho de 1987.

(39) Referência à Edições Muiraquitã, fundada por Laboure Lima e Yan Kleber em 1991.

(40) Referência a Silvestre Mônaco, fundador da Livraria Ideal, e ao seu filho Carlos Mônaco, atual proprietário.

(41) Referência ao poeta Geir Campos.

(42) Referência ao escritor e jornalista Iderval Pereira Garcia.

(43) Jornal literário criado por Luís Magalhães na década de 1950. Deixou de circular em 1991.

(44) Movimento de curta duração, criado por Gipson de Freitas, pregava a estética do grotesco.

(45) Referência ao Clube de Poesia de Niterói. Fundado em 1956 por Sávio Soares de Sousa, Arino Peres e Edson Rodrigues Chaves, encerrou suas atividades no ano seguinte. Reativado em 1966, funcionou até 1968.

(46) Referência ao Grupo dos Amigos do Livro, fundado em 1957 por um grupo de frequentadores da Livraria Ideal. Em 1975, com o falecimento de Silvestre Mônaco, passou a denominar-se Grupo Mônaco de Cultura.

(47) Referência ao Grupo Mônaco de Cultura.

(48) Referência a Roberto Teixeira da Silveira, governador de Estado do Rio de Janeiro entre 1959 e 1961, quando teve seu mandato interrompido em virtude de haver falecido em acidente de helicóptero.

(49) Referência à poetisa Maria da Conceição Pires de Mello, que adota Manita como nome literário.

(50) A partir de 1966, por cerca de 20 anos, um grupo de amigos opositores do regime político instaurado no Brasil pelo golpe militar de 1964, temerosos de que algo desagradável lhes pudesse acontecer, passou a reunir-se, de segunda a sexta-feira, em frente à Galeria Gold Star, na Rua da Conceição, Centro de Niterói. Assim, faziam-se notoriamente visíveis. Qualquer sumiço cairia na boca do povo. Para se protegerem, evitavam conversar sobre política, dando preferência à literatura. Em consequência, o local passou a denominar-se Universidade do Calçadão.

(51) Referência a Ayrton Pinto Ribeiro e a Ambrósio Godofredo de Campos Góes.

(52) Organizada, nas décadas de 1960/70, pelo músico e compositor Otto Borges, patrocinada pela Prefeitura Municipal de Niterói, constituía-se de atividades artísticas e culturais.

(53) Criado em 1969, aliou poesia e arte plástica.

(54) Teve vida curta. Por mera coincidência sonora, extinguiu-se sob suspeita, por parte dos órgãos de repressão política, de estar ligado ao Grupo Colina (Comando de Libertação Nacional).

(55) Referência a reuniões realizadas no Serviço Social do Comércio (SESC), quando alguns escritores niteroienses tentaram contornar os problemas editoriais de forma mais efetiva do que com a mera utilização dos mimeógrafos, tão em voga na década de 1970.

(56) Referência ao projeto Niterói-y-rama, idealizado, na década de 1970, pelo maestro italiano Francavila, que morou em Niterói por uns tempos. 17 poemas alusivos à “Cidade Sorriso” foram gravados em fita cassete.

(57) Criado em 1980, na gestão de Arnaldo Niskier como secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro, encerrou-se em 1982. Objetivou mostrar a poesia nas escolas públicas como uma das possíveis maneiras de relacionamento do ser humano com o mundo em que ele vive.

(58) Referências ao Grupo Grão (consórcio literário criado por um grupo de escritores niteroienses em 1983, publicou quatro livros e encerrou suas atividades em 1988) e ao Grupo Nuance (criado em 1985 por Neide Barros Rêgo, Aparecida Barreto, Marly Prates, Gracinha Rego e Patrícia Faria Santos com a finalidade de praticar a arte de dizer poesia, encontra-se ainda em atividade. Apenas Patrícia não mais integra o Grupo).

(59) Referência ao Movimento AFEARTE (1987/88). Idealizado por José Chacon de Assis, então presidente da Associação Fluminense de Engenheiros e Arquitetos (AFEA), propiciou a troca de experiências e vivências entre artistas niteroienses.

(60) Referência a uma realização do Movimento AFEARTE, que culminou, em meados de 1988, com a pintura de painéis artísticos nas paredes do Túnel Raul Veiga. Em janeiro do ano seguinte, sem qualquer aviso prévio, as obras foram apagadas mediante caiação.

(61) Referência à criação, em 17 de maio de 1990, da Medalha José Cândido de Carvalho, sugestão do livreiro Carlos Mônaco, proposição do vereador Elmo Jasbick, concedida por meio de indicação legislativa a escritores residentes ou radicados em Niterói julgados merecedores da honraria.

(62) Referência ao escritor José Cândido de Carvalho, autor de O coronel e o lobisomem.

(63) Projeto do vereador Carlos Alberto Magaldi deu notoriedade à calçada em frente à Livraria Ideal, que, no dia 19 de maio de 1990, passou a ter a denominação de Calçadão da Cultura. No local, reúnem-se, nas manhãs de sábado, pessoas ligadas à vida cultural de Niterói, particularmente escritores.

(64) Referência ao Centro de Memória Fluminense, vinculado à Universidade Federal Fluminense (UFF).

(65) Projeto idealizado por Carlos Mônaco, por meio do qual dados sobre os patronos, os ex e os então ocupantes das Cadeiras da Academia Niteroiense de Letras foram expostos no Calçadão da Cultura. Iniciado em março de 1964, encerrou-se em maio de 1998.

(66)Referência ao projeto Depoimentos/ Personalidade de Niterói, desenvolvido, desde 1992, no Centro Cultural da Associação Atlética Banco do Brasil. Iniciativa do escritor Lauro Gomes de Araújo, grava em DVD depoimentos destinados à preservação da memória da cidade.

(67) Criado pela escritora Elza Corrêa Rodrigues, em 1998, promovia encontros culturais. Extinguiuse após o falecimento da fundadora.

(68) Criado em 2006 pela Prefeitura Municipal de Niterói, organizado pela Fundação de Educação de Niterói, realizado a cada biênio, funciona nos moldes da Bienal do Livro do Rio de Janeiro.

(69) Criado em 2008 por Paulo Roberto Cecchetti, constitui-se de uma banca de livros montada aos domingos pela manhã na Praça Getúlio Vargas, em Icaraí. Destina-se principalmente à venda livros. Eventualmente, podem ocorrer lançamentos de livros, recitais de poesia e outros eventos correlatos. Tem também por finalidade aproximar escritores e leitores.

(70) Referência à promoção do Grupo Mônaco de Cultura, que concede, sempre em dezembro, o título de Intelectual do Ano a uma figura de destaque na vida cultural niteroiense.