De individualidades preservadas à incredulidade do meu zíper
Sobre vitórias graúdas
As vitórias graúdas têm sabor de mariola e gosto de jiló. Cheiram a bode e a goiaba madura. Ardem feito pimenta e refrescam que nem hortelã. São regadas por suor e lágrimas, marcadas por sorrisos e vincos na testa. Encerram muitas dúvidas e algumas certezas. Pedem punhos cerrados e mãos estendidas. Dão um certo alívio, mas também provocam abafamento.
Não se pode forjar num repente as vitórias graúdas. Carecem de fogo brando e de enormes labaredas. Têm, portanto, crepitar de lareira e negros rolos de fumaça, murmúrios de casal e grito de gente acuada no terraço.
Vitórias graúdas não deixam rastros. Marcas, sim. Cicatrizes também! Não dão sopa em qualquer esquina. Para merecê-las é necessário ter visão de longo alcance, sorriso calmo, pernas firmes, medos e coragens.
Assim feito as grandes derrotas, são poucas as vitórias graúdas. Talvez por isso carreguem tanta contradição em seu bojo.