De individualidades preservadas à incredulidade do meu zíper

Tempos depois, o desabafo

Onde minha primeira namorada? Casada? Feliz? Realizada? Alegre? Amada? Solteira? Divorciada? Viúva? Infeliz? Frustrada? Triste? Desamada? Lembrará de mim? Dos planos adolescentes? Dos bailes domingueiros? Das noites insones? Dos corações acelerados? Dos suores nas palmas das mãos?

Minha primeira namorada beijava gostoso, sabor de fruta madura. E quando a gente dançava? Naquele tempo era juntinho… Havia banhos de mar, idas ao cinema, na matinê, e furtivas paqueras na missa das seis. Mãos dadas, sonhos… Minha primeira namorada ainda sonhará?

Gostaria de encontrá-la para saber como está. Também para dizer-lhe que, até hoje, não a desculpo por haver terminado o namoro daquele jeito: em pleno carnaval, no meio do salão, ao som de “Me dá um dinheiro aí”.

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