Café Pingado

O pouso do pássaro ardente

Plena de magia, a Poesia
repousa sua inquietude
na beatitude e no pecado,
no distante e naquilo que reside ao lado,
num raio de sol rompendo nuvem,
num grito de gol calado na garganta,
na frigidez da imagem santa,
no planejamento da viagem,
no sim e no talvez,
na chuva, na estiagem,
no momento da partida,
na lida e no descanso,
no manso olhar que habita o pasto,
no punho gasto da jaqueta usada,
no que existe além da curva da estrada.
A Poesia ousa, urde,
em tudo pousa, a tudo alude.

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