[…] “Não sei se Wanderlino é um poeta que escreve crônicas ou se é o contrário. Lembro-me de Gastão Formenti, o grande pintor patrício, mais conhecido, entretanto, por sua bela voz, que tanto encantou os ouvintes da velha guarda, a quem uma senhora, no Salão de Belas Artes, perguntou, ante um quadro seu: ‘O senhor também pinta?’ Ao que o pintor retrucou: ‘Não, minha senhora! Eu também canto…’
Não sei o que Wanderlino faz ‘também’. Não posso imaginar o que responderia, no caso de Formenti, pois é tão bom cronista como excelente poeta. Seus poemas são, sempre, atuais como crônicas; suas crônicas têm fechos de sonetos.” […]
(Vilmar de Abreu Lassance)
Crônicas – Shogun Editora e Arte Ltda. (1985)
Capa: Chico Nunes